Irmã Dulce, também conhecida como “Anjo Bom da Bahia”, será beatificada na presença de cerca de 70 mil fiéis e devotos no próximo dia 22, segundo dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador. Por delegação do papa Bento XVI, a beatificação será presidida pelo cardeal d. Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito, que deixou o governo da Arquidiocese de Salvador em março. Foi ele quem levou a causa de beatificação adiante, após a iniciativa inicial de seu predecessor, cardeal d. Lucas Moreira Neves.
70 mil pessoas é a capacidade máxima do Parque de Exposições da capital baiana, onde será realizada a cerimônia. “Prevemos, pelos ingressos distribuídos, que o público ocupará todos os lugares disponíveis, e seria complicado para a cidade, se comparecesse mais gente”, disse d. Murilo. Os organizadores estão pedindo que as pessoas deixem os carros em casa e utilizem ônibus para chegar ao local.
“Há uma expectativa curiosa na Bahia, porque muita gente conheceu Irmã Dulce e colaborou com a admirável obra que ela deixou”, afirmou d. Murilo. “Eu não a conheci pessoalmente, mas, seguindo o Evangelho, conheço a nova beata brasileira pelos bons frutos.”
Na avaliação do arcebispo primaz, Irmã Dulce deixou uma herança pesada que a sobrinha dela, Maria Rita, está administrando. “O hospital que Irmã Dulce fundou têm uma despesa de R$ 500 mil por dia”, afirmou d. Murilo. Os recursos vêm de convênios com o governo, de doações e do trabalho de voluntários. “Irmã Dulce se cercou de pessoas bem preparadas que a ajudaram muito”, disse o arcebispo.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que esteve reunida em Aparecida nos últimos dez dias por ocasião de sua 49ª Assembleia Geral, divulgou um comunicado em que exalta Irmã Dulce, afirmando que ela “intensificou no seu coração os clamores dos pobres sofredores inteiramente desamparados, a maioria dos quais sem qualquer tipo de assistência”. “Dignou-se Deus chamar a jovem Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes para um serviço especial junto ao seu povo, em particular os pobres, os doentes, e também pessoas rejeitadas por serem portadoras de necessidades especiais”, diz o texto.
D.Murilo revelou que muitos bispos o procuraram, durante a assembleia geral da CNNB, para dizer que gostariam de assistir à beatificação, mas que isso não seria possível, por estarem há muito tempo fora das suas dioceses. Ele acredita que os bispos das dioceses da Bahia e de Estados vizinhos estarão presentes, além de algumas centenas de padres e freiras.
Irmã Dulce nasceu e morreu em Salvador, onde passou toda a vida, com exceção de breve período em que fez o noviciado em Sergipe, ao entrar na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. (Época)
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