Quatro partidos da base do governo Dilma Rousseff se reuniram hoje, em São Paulo, em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir uma estratégia conjunta para a votação de uma proposta consensual de reforma política pelo Congresso. No encontro, estavam representantes do PT, PDT, PCdoB e PSB, que decidiram fazer novas reuniões para chegar a um projeto comum.
Após duas horas de reunião, os partidos concordaram em apresentar ao Congresso um documento conjunto com as propostas das legendas, que incluirá também sugestões da sociedade civil.
De acordo com o presidente nacional do PT e deputado estadual Rui Falcão (SP), os partidos conseguiram chegar a um consenso sobre a defesa do sistema de voto proporcional, manutenção do voto obrigatório, fidelidade partidária e financiamento público exclusivo das campanhas.
“Há um consenso de que o financiamento responde a uma série de anseios para controle das campanhas e tem um sentido democrático mais forte que leva a disputa a um nível de igualdade (política) maior”, disse o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo.
Para os dirigentes, a união entre as quatro legendas em torno da proposta de reforma política já é “um avanço” e pode ajudar a pressionar o Congresso a colocar o tema em votação ainda neste ano. “Esse tipo de reunião não existia e agora vamos realizar periodicamente”, revelou Rabelo. Segundo Falcão, além dos quatro partidos da base, outros partidos também devem ser procurados.
Lula foi escolhido recentemente pela executiva do PT como uma espécie de embaixador da legenda que busca o consenso entre os partidos para uma proposta de reforma política. O ex-presidente deixou a reunião esta tarde sem falar com os jornalistas.
Voto em lista
De acordo com representantes dos partidos, a proposta de sistema de voto em lista não foi discutida neste primeiro encontro porque não há consenso sobre ela. “Isso vai ficar para o futuro”, afirmou Falcão.
Um tema que foi consenso entres os partidos foi a ampliação da participação popular na apresentação de projetos de lei ao Congresso, com a redução das assinaturas necessárias. Hoje, para ser aceito, um projeto precisa reunir um milhão de assinaturas.
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