Menos de cinco meses após deixar o Planalto, ex-presidente já mergulha no dia a dia do governo
Ao transmitir o cargo para Dilma Rousseff, no começo deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não se meteria no mandato alheio. Não foram precisos nem cinco meses, no entanto, para que o ex-presidente quebrasse a promessa e voltasse à ativa, assumindo o papel de articulador político – não em grandes questões nacionais, mas no dia a dia do governo. Na semana passada, ele mergulhou com gana na política miúda e reacendeu as preocupações surgidas na campanha presidencial, de que poderia se tornar, no mínimo, a sombra da presidente.
Nos últimos dias, Lula tem participado de reuniões com presidentes de partidos aliados, deputados e senadores governistas e levado recados a Dilma. A desculpa dos encontros é sempre a reforma política – o ex-presidente foi escolhido pelo PT para unificar as propostas do partido e divulgá-las publicamente para convencer a população e, consequentemente, os parlamentares. Durante as conversas, porém, ele tem assumido pessoalmente funções que vão de ouvir lamúrias e dar conselhos, a botar a mão na massa, estruturando a blindagem do encrencado ministro da Casa Civil, Antônio Palocci.
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