Principal aliado do governo, o PMDB colocou um “preço” para proteger o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, do constrangimento de ter de explicar a evolução de seu patrimônio no Congresso ou de ser alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A fatura já começou a ser apresentada e até o vice-presidente da República, Michel Temer, terá de ajudar a pagar esta conta, na condição de presidente de honra do PMDB.
A cota do vice foi tratada no café da manhã que ele ofereceu nesta quinta-feira, 26, a sete senadores do grupo independente do PMDB. Temer foi avisado de que o partido apoiará o relatório do senador Aécio Neves (PSDB-MG), restringindo poderes da presidente Dilma Rousseff na edição de Medidas Provisórias.
O vice entrou em campo para reunir os independentes do partido depois que o próprio Palocci foi advertido por petistas do risco de a oposição reunir 28 votos para investigá-lo – um a mais que o necessário para instalar uma CPI exclusiva no Senado.
Em meio à avalanche de críticas e queixas de parlamentares como Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que pediu audiência a Palocci há dois meses e meio e nunca obteve resposta, Temer foi cobrado como vice da República e como presidente do PMDB.
Dissidente que coordenou a campanha presidencial do tucano José Serra em Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB) contou que tem o apoio da bancada peemedebista para relatar o Código Florestal no Senado e pediu ajuda para evitar qualquer veto “descabido” do governo a seu nome, uma vez que ele não é “radical”. Mais do que a relatoria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ele quer ser o relator do Código na Comissão de Agricultura, que analisará o mérito da proposta.
Negociações. Antes de a crise em torno do ministro Palocci se agravar, o Palácio do Planalto avisara que a prometida nomeação do deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) líder do governo no Congresso dependeria do desempenho dele nas negociações do Código Florestal, durante a ausência do líder Henrique Alves, que viajaria para a Rússia com Temer.
Fonte: Estadão
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