A inflação – que ultrapassou o teto da meta no acumulado anual até abril, com 6,51% – deve se manter crescente na opinião de 71% dos consumidores. A informação é do Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) de maio, divulgado nesta segunda-feira, 30 de maio, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). É o maior percentual apresentado pelo indicador desde setembro de 2001.
“A preocupação dos consumidores com relação à inflação está muito acima do usual”, destaca a pesquisa. O economista da CNI Marcelo Azevedo afirma que o aumento dos alugueis, dos alimentos e dos combustíveis, itens altamente sensíveis ao bolso do consumidor, tem influenciado o pessimismo sobre a trajetória da inflação.
Apesar da preocupação dos consumidores com o comportamento da inflação, o INEC se manteve estável em maio, interrompendo uma trajetória de seis meses consecutivos de queda.
Composto por seis indicadores – além da perspectiva da inflação, integram o INEC as expectativas sobre desemprego, situação financeira, endividamento, evolução da renda pessoal e de compras de bens de maior valor – o índice registrou 112,1 pontos, 0,1% mais na comparação com abril. O INEC está, contudo, 2,2% abaixo do registrado em maio de 2010.
Os brasileiros acreditam no crescimento da oferta de empregos. O índice de expectativa de evolução do desemprego registrou 132,1 pontos em maio, um aumento de 2,1% ante abril e de 1% na comparação com maio de 2010, demonstrando que o consumidor está otimista sobre a disponibilidade de vagas no mercado de trabalho.
Os consumidores estão igualmente otimistas em relação aos salários. O índice de expectativa de crescimento da renda pessoal aumentou 1,1% sobre abril e está 0,4% acima do registrado em maio de 2010.
Já os indicadores de situação financeira e endividamento recuaram 0,9% em maio na comparação com o mês anterior, ficando ambos abaixo do assinalado em maio de 2010. A expectativa de compras de bens de maior valor continuou praticamente estável, recuando apenas 0,1% sobre abril e 0,3% na comparação com maio de 2010.
O INEC ouviu 2.002 pessoas em todo o país de 12 a 16 de maio.
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