O consumidor deve preparar o bolso, pois o preço do pãozinho, biscoitos e massas vão aumentar até julho. Os panificadores ainda não dizem o percentual e nem quando vão aumentar seus preços, mas o fato é que a farinha de trigo, insumo básico das massas, vai ter um reajuste entre 15% a 20% até julho, de acordo com a Associação Norte Nordeste da Indústria do Trigo, que reúne os moinhos atuantes nas duas regiões. O trigo subiu 22%, mas ele não é o único componente da farinha. Tivemos aumento no custo da mão de obra (6,5% a 7%) e também no custo da sacaria (o plástico aumento até 20% por causa do petróleo). Por isso, nesses próximos dois meses haverá o repasse e ele dependerá de cada empresa, pois não existe preço único. Cada uma tem o seus diferenciais de compra e alinhamento de preços”, comentou o presidente da associação, Roberto Schneider. Os panificadores, por sua vez, estão em compasso de espera para também repassar os custos. Segundo o presidente da Associação dos Industriais da Panificação, João Francisco de Souza, o setor definirá o reajuste no preço das massas logo que se configure o novo preço da farinha. “Este ano já absorvemos os aumentos do salário dos padeiros (10%), vale transporte, energia elétrica (9,64%) e do próprio trigo. Estamos esperando que os moinhos se pronunciem para fecharmos a planilha”, disse Souza. Ele disse que o último aumento do pãozinho aconteceu em agosto do ano passado num percentual de 8%. “Hoje o francezinho está na média de R$ 6,50 o quilo.

O custo de uma padaria num bairro nobre é diferente dos populares”, diz o comerciante. Mesmo que o custo da farinha aumente em 20%, esse percentual não deve ser repassado para o pão. “Nesse produto o impacto da farinha é menor do que nas massas e biscoitos. Como a produção do pão é mais artesanal, fatores como mão de obra e energia elétrica influenciam mais no preço do que a farinha”, explicou Schneider. O dirigente explica que o aumento no preço do trigo é decorrente de problemas com a safra no Brasil, além de entraves fiscais e tributários na Argentina. O clima nos Estados Unidos, com estoques e qualidade em baixa e preços em alta também interferem. “De janeiro até maio, o preço do trigo importado pelo Brasil aumentou 22%, passando de US$ 295,62, em janeiro último, para US$ 334,11 em abril, e agora chega aos moinhos ao preço de US$ 360 a tonelada, conforme dados da Cacex”, diz o dirigente. No Brasil, a safra de trigo prevista para este ano é de 4,8 milhões de toneladas, volume 18,6% inferior às 5,9 milhões de toneladas produzidas em 2010. A produção do Estado do Paraná, por exemplo, será de 10% a 15% menor, em decorrência da substituição dos campos de trigo por milho. Na Argentina, maior exportador de trigo para o Brasil, a safra do grão para este ano está estimada em 13,5 milhões de toneladas, 10% a menos do que as 15 milhões de toneladas produzidas no ano passado.

Fonte: Ne 10

 

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