Não adiantou muita coisa João Gilberto proibir. Um ano depois de ganhar uma edição pirata em CD, o clássico “Chega de Saudade” (1959), álbum de estreia do mestre da bossa nova, ganha uma versão em vinil 180 gramas. Importada. E pirata.
A EMI, detentora dos direitos desse e dos dois trabalhos seguintes de João, “João Gilberto” (1960) e “O Amor, o Sorriso e a Flor” (1961), afirma que não autorizou nenhuma reedição.
Não há indícios da procedência da edição pirata, disponível em lojas no Brasil por cerca de R$ 100 e em sites estrangeiros por US$ 32 (R$ 51).
À esquerda, capa original de “Chega de Saudade” (1959); à direita, capa do pirata, que saiu em 180 gramas |
EMBARGO
O imbróglio que envolve a gravadora e João Gilberto se arrasta desde 1992, quando os três álbuns foram lançados em um único CD, “O Mito”. João não gostou do tratamento dado ao trabalho. “No processo [de digitalização], tiram coisas, tiram frequências, fazem besteira. Mudam o som. É uma outra coisa. Eu não sei o que eles fazem, mas sei que fica diferente. Aí então eu me apresento, eu luto por isso”, disse o cantor em cena do documentário inédito que está sendo feito por Claudia Faissol, mãe de sua filha caçula.
A nova versão em LP 180 gramas já está espalhada pelo mundo. No site de vendas Ebay, é possível encontrar exemplares registrados tanto no Rio de Janeiro quanto na Grécia. Cada um custa em torno de US$ 32.
Fonte: Folha de São Paulo
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