Após a polêmica do kit anti-homofobia e a discussão do “nós pega o peixe” do livro Por uma vida melhor, o ministro da Educação, Fernando Haddad, deve ser convocado para dar explicações ao Senado sobre o último episódio envolvendo a pasta – o guia de matemática que ensina que 10-7=4 e que 16-8= 6. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) pretende apresentar requerimento à Comissão de Educação da Casa para que Haddad dê explicações sobre os livros com erros distribuídos a mais de 39 mil classes da zona rural pelo programa Escola Ativa.
Os erros foram detectados no início do ano, e um grupo de especialistas julgou que eles eram tão graves que não bastava divulgar uma “errata” à coleção. A pedido do Ministério da Educação (MEC), a Controladoria-Geral da República deve abrir sindicância nesta segunda-feira para investigar o caso.
“São erros básicos, grosseiros”, criticou Serrano. “A ideia que passa é que há um problema de gestão no MEC, embora o ministro não admita. O contribuinte brasileiro está pagando por esses erros.”
O secretário executivo de Direitos Humanos, André Lázaro, entregou ontem uma carta de demissão à ministra Maria do Rosário, alegando “motivos pessoais”. Lázaro era o chefe da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC quando foi realizada a edição e distribuição dos livros com erros. O MEC informou que a equipe editorial da Secad responsável pela revisão do livro também já foi substituída, com a chegada da atual secretária, Cláudia Dutra.
Nos próximos dias deve haver uma reunião no Ministério com os coordenadores do programa Escola Ativa para definir como o problema será contornado, sem que os exemplares sejam desperdiçados.
Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o erro é imperdoável. “O MEC e os governos estaduais precisam melhorar os mecanismos de controle de qualidade”, disse.
Poste seu comentário