É possível encontrar quase tudo na internet. Basta digitar o nome de uma pessoa em sites de busca, que lá aparecem todos os seus dados pessoais. Ainda mais se ela integrar uma rede social. E o brasileiro adora fazer parte desse tipo de portal. Segundo o Social Baker, portal de estatísticas do Facebook, o Brasil foi o país que mais cresceu, com acréscimo de 1,9 milhão de usuários apenas no mês de maio. Ficou no topo da lista, seguido por Indonésia (1,5 milhão de novos usuários), Filipinas (1,3 milhão) e México (1,1 milhão). Ao todo, o portal conta com mais de 19 milhões de brasileiros. E, segundo dados do Ibope, 37 milhões de pessoas navegaram em sites da categoria Comunidades, em que se classificam portais de redes sociais, blogs, microblogs, bate-papos, fóruns e outros sites de relacionamento. A maioria é de homens (54,1%) com idade entre 25 e 34 anos (26,9%).
Mas há coisas que, mesmo no mix da internet, não combinam: é o caso, por exemplo de contatos profissionais com fotos íntimas ou comentários comprometedores. Diante de tais desvantagens e com a possibilidade de se ter acesso a informações precisas, surgiram as redes sociais específicas — que vão desde espaços reservados para bons gourmets, para compartilhar dicas de bons restaurantes, até redes de contatos profissionais. O especialista em redes sociais e internet Edney Souza explica que a tendência, em geral, é criar comunidades ou ferramentas dentro de outras grandes redes. “As específicas surgem porque não existem suporte nas outras para compartilhar dados inerentes”, diz. “As vantagens dessas tecnologias é que a pessoa cria amizades, descobre conteúdo e socializa em torno de um conteúdo próprio”, observa.
Para Bruce Mc Calley, diretor-geral na América Latina da Jive, ferramenta que desenvolve plataformas para social business, o crescimento das redes sociais acompanhou a necessidade de interação e de troca de informações. “As novas gerações já preferem se comunicar via mídias sociais, em vez de usar o e-mail, por exemplo”, ressalta. “E não podemos nos esquecer que são essas crianças e jovens de hoje que estarão ocupando os postos de trabalho e de comando nas empresas amanhã”, enfatiza.
Médicos na rede
Bom exemplo é a rede de relacionamentos Medicando.com.br, que nasceu em Brasília. O portal, com abrangência nacional, oferece dados e informações sobre profissionais de saúde — e tem até mesmo exames e dados sobre pacientes, desde que autorizados por eles. “Percebemos que havia dificuldade de ter quem atendesse a demandas mais específicas dos pacientes”, conta Adauto Menezes, um dos sócios da empresa. “Na área da saúde existem cada vez mais subespecialidades. Se a pessoa for ao médico errado, perde tempo, alonga o tratamento e pode até piorar a saúde”, completa. O site permite que os profissionais da área incluam em seus perfis currículos, artigos e estudos científicos. O paciente pode, por meio dessa rede social, tirar dúvidas pontuais e escolher o especialista que irá ver seu exame, por exemplo. A ideia do Medicando surgiu há três anos, mas o portal está no ar há dois meses. Ao todo, já foram investidos R$ 2 milhões.
O médico e nutrólogo Leandro Vaz foi um dos que decidiram aderir à rede. “Eu já usava o Facebook para ter acesso a alguns pacientes que moram fora, mas essa rede é uma salada de frutas!”, diz. “Sites de referência e confiança para atualização entre paciente e médico são algo que, sinceramente, falta por aí”, acrescenta.
Outro brasileiro que se aventurou nessa área foi o carioca Pierre Grossman que, aos 71 anos, lançou a Yes, I Can Do B2B, rede que coloca vendedor e comprador em contato em tempo real. Uma das grandes vantagens é que oferece um dicionário de terminologias de produtos manufaturados, como partes bem específicas de parafusos, e serviços em geral.
“Nos últimos 40 anos, fui grande fornecedor de normas técnicas. Por isso tive a ideia de criar um banco de dados com descrição de cada produto, atualizado mensalmente”, afirma. “Poucos dominam essa linguagem em inglês”, conclui.
A ferramenta, que funciona em inglês, português, italiano, japonês e chinês tradicional e simplificado, também oferece sugestões de possíveis parcerias.
Público variado
Perfil e faixa etária de pessoas que navegaram em redes sociais, blogs, microblogs, bate-papos e fóruns em abril
54,1 % público masculino
45,9 % público feminino
10% de 2 a 11 anos
11% de 12 a 17 anos
12,5% de 18 a 24 anos
26,9% de 25 a 34 anos
26,6% de 35 a 49 anos
13% mais de 50 anos
Fonte: Correio Braziliense/IBOPE
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