Um dia depois que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) promulgou nova convenção que rege a profissão de empregada doméstica, um comentário de tom racista deixou explícito que a profissão ainda é alvo de preconceito e desdém por boa parte dos brasileiros. Se de um lado os patrões reclamam que as trabalhadoras já têm direitos demais, usuários de redes sociais como o Twitter deixam explícito que o reconhecimento da profissão ainda está longe. “Como eu odeio quando vem as duas empregadas pra limparem a casa, elas ficam gritando e batendo a porta, tinha que ser preta mesmo” (sic), tuitou Paula Maldi nesta sexta-feira (17).
Na internet, as declarações de tom discriminatório contra empregadas domésticas são frequentes. O Tumblr Classe Média Sofre, que reúne postagens de usuários do Facebook, Twitter e comentários em portais e sites satiriza esses posts. Alguns reclamam na rede da comida preparada, do barulho, ou até mesmo da falta de conhecimentos que muitos consideram importantes. Em tom de brincadeira, as mensagens gravadas na web servem para refletir o modo como vemos graça na humilhação. “Tô aqui almoçando e a empregada tira a mesa, vou dar uma garfada na mão dela pra aprender”, diz um post.
Segundo o procurador de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, José Lopes, especializado em crimes online, comentários postados no Twitter são difíceis de serem rastreados e, como estão em um servidor em outro País, seguem outra legislação. “O Brasil está atrasado no combate à crimes virtuais. As ofensas e injúrias acontecem a todo momento e estão tornando-se cada vez mais agressivas. Mesmo assim, nenhum deputado formulou ainda um projeto de lei referente à isso”, disse.
 

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