Adão de Assis Ferreira, 47 anos, foi o primeiro a chegar na fila para o velório do corpo do senador e ex-presidente Itamar Franco. Não fazia questão da primazia, queria apenas se despedir do político que lhe deu seu primeiro tênis quando ainda era criança. Adão tinha 10 anos quando Itamar elegeu-se para o Senado pela primeira vez. Era apenas uma criança, mas vivia correndo com as bandeiras do então candidato e ex-prefeito de Juiz de Fora.
“Simpatizei por ele depois de um showmício. Pegava suas bandeiras e fazia campanha sem nem conhecê-lo”, diz Adão. “Um dia, no palanque, pedi para ele um par de tênis. Nunca tinha ganhado nenhum. E ele me deu. Fico muito emocionado. Era um homem que eu admirava muito”, afirmou.
Duas senhoras que saíram do Rio de Janeiro para participar do velório também se sentiam muito gratas a Itamar. O ex-presidente não havia lhes dado presentes, mas devolvido seus empregos. A auditora Sarah Land, 69, e a economista Lídice Meirelles, 67, fazem parte do contingente de mais de 450 mil servidores demitidos do governo federal durante a gestão de Fernando Collor de Mello. Apresentaram-se no velório como representantes dos anistiados da Lei 8.878 de 1994 – legislação surgida a partir de medida provisória assinada pelo então presidente Itamar.
Mais de 15 mil pessoas haviam passado pela Câmara Municipal até o fim da tarde deste domingo (3) – segundo a Polícia Militar. A previsão era que esse número dobrasse, uma vez que o velório ficaria aberto durante a madrugada.
ROTEIRO
Depois de Juiz de Fora, o corpo do ex-presidente seguirá para o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, onde será velado na segunda-feira e depois cremado.
Fonte: Agência Estado
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