Deu na Agência Estado
As denúncias envolvendo integrantes do primeiro escalão do governo federal, que resultaram na queda de Antonio Palocci e Alfredo Nascimento, fazem desse o primeiro semestre “mais negativo de um governo na história recente do País”. A avaliação foi feita por algumas das principais lideranças do PSDB, que se reuniram hoje na casa do senador Aécio Neves (MG), em Belo Horizonte.
Além do mineiro, estiveram presentes o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), e o ex-senador e presidente do Instituto Teotônio Vilela, Tasso Jereissati (CE). Oficialmente, o encontro serviu para tratar de estratégias da legenda nas eleições municipais do ano que vem. Na prática, porém, as denúncias de irregularidades no governo dominaram a reunião.
Para o grupo, a questão é ainda mais grave porque, na avaliação da legenda, o governo foi omisso em relação às irregularidades e só agiu por pressão da imprensa e de setores da própria base aliada, que “tomaram o espaço (de) crítica da oposição”. “O governo tem responsabilidade sobre seus aliados. Nenhuma dessas demissões se deu por ação do governo. O noticiário levou o governo a agir”, disparou Aécio, referindo-se às demissões de diretores de órgãos ligados ao Ministério dos Transportes, além do ex-ministro Alfredo Nascimento.
Já Sérgio Guerra avaliou que seria “impossível” a presidente Dilma Rousseff não saber das fraudes, porque integrava o mesmo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deixou uma “herança maldita” na cúpula do Executivo. “Esses fatos não são de agora. Vêm do governo do Lula. São as mesmas pessoas. Resta saber quem as nomeou. Esse ministério da Dilma é um pouco pior que o do Lula. E conserva os mesmos vícios do dele”, declarou o presidente tucano.
Aécio Neves concordou com o correligionário e acrescentou que já havia investigações “há mais de um ano” sobre o crescimento patrimonial de 86.500% do filho de Alfredo Nascimento, Gustavo Morais Pereira. “Ninguém sabia? Está se criando algo inusitado. A ausência ou abdicação de responsabilidade da Presidência da República em relação a seus aliados”, emendou.
O trio também foi unânime em defender a continuidade das investigações das denúncias, independentemente das demissões e da saída do ex-ministro. A questão, para o senador mineiro, “precisa ser pedagógica”. Tasso Jereissati, por sua vez, afirmou que as denúncias não são caso de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), mas sim “de Justiça”.
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