O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, negou neste sábado que haja irregularidade nas obras de estradas federais, como apontado pela revista “IstoÉ”. Uma delas, a BR-101, no Rio de Janeiro, dobrou de preço após um aporte adicional autorizado por Passos quando administrava a pasta interinamente.
“É preciso esclarecer que ainda que o Ministério dos Transportes tivesse feito suplementação de obra, seja por decreto, seja por projeto de lei, o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) do governo federal bloqueia que se emprenhe e se pague algo com impedimento do TCU (Tribunal de Contas da União)”, disse o ministro.
É que segundo a “IstoÉ”, as obras da BR-101 e das BR-317 (AM) e BR-265 (MG) são irregulares e receberam R$ 78 milhões do ministério dos Transportes. A revista vai além e afirma que as empreiteiras responsáveis doaram R$ 5 milhões a candidatos do PR, partido de Passos, nas eleições de 2010.
O ministro disse desconhecer as doações das empresas e afirmou não ver relação entre as duas coisas. Em entrevista coletiva, ele detalhou os aditivos de cada rodovia.
Passos garantiu ter carta branca da presidente Dilma Rousseff para fazer ajustes na pasta e não descartou novas substituições no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre). Passos disse também que não vê a necessidade de instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as denúncias envolvendo o Ministério dos Transportes.
A pasta tem enfrentando uma série de denúncias e passando por mudanças desde a reportagem da revista “Veja” sobre um esquema de cobrança de propinas. As denúncias levaram o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, a pedir demissão do cargo, que agora é ocupado por Paulo Sérgio Passos. O diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que também teve o nome envolvido nas denúncias, está de férias.
Poste seu comentário