Deu no Jornal O Estado de S.Paulo
A China, maior parceira comercial do Brasil e principal mercado para as matérias-primas brasileiras, continua em rápida expansão econômica – uma boa notícia para o resto do mundo, especialmente quando se agravam os problemas na Europa e nos Estados Unidos. O banco central chinês aumentou os juros cinco vezes, desde o ano passado, para conter o crescimento e derrubar a inflação. Mas essa política parece ter afetado pouco a atividade até agora. Quem temia um pouso forçado pode ficar tranquilo pelo menos por algum tempo. O ajuste da segunda maior economia do mundo, se ocorrer, será bem gradual, segundo as indicações disponíveis por enquanto.
No segundo trimestre, o PIB da China foi 9,5% maior que o de um ano antes. No primeiro trimestre, o valor produzido havia ficado 9,7% acima do registrado entre janeiro e março de 2010. Mas talvez seja cedo para se falar de uma desaceleração. Entre o primeiro e o segundo trimestres houve um crescimento de 2,2%. Projetado para um ano, esse número corresponde a uma expansão de 9,1%. Nos três meses imediatamente anteriores o crescimento havia sido equivalente a um ritmo anual de 8,7%. A economia está mesmo perdendo impulso?
Em junho, a produção industrial foi 15,1% maior que a de um ano antes. Em maio, havia sido 13,3% superior à do mesmo mês de 2010. No mês passado, as vendas no varejo ficaram 17,7% acima das de junho do ano anterior. Também o consumo, portanto, continua aumentando rapidamente. É fácil entender a inflação de 6,4% nos últimos 12 meses. Segundo os otimistas, esse deve ter sido o pico. Se estiverem errados, o governo talvez logo tenha de usar um freio mais forte. Conter a inflação é hoje o objetivo prioritário das autoridades.
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