O PSDB prepara, para o próximo semestre, a criação de um “gabinete sombra” para fiscalizar as ações do governo em diversas áreas. A ideia é municiar técnicos de todos os setores para que a oposição não fique refém dos fatos, principalmente das denúncias de irregularidades que envolvem os ministérios da presidente Dilma Rousseff.
O presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE), afirmou que um dos objetivos é dar subsídio para a imprensa, por exemplo.
DEM e PPS serão convidados para participarem da ação. Ainda não está definido se esse gabinete será ligado ao Instituto Teotônio Vilela ou a outro órgão do partido.
Na opinião do presidente da legenda, neste último semestre, a oposição foi “combativa como nunca foi”, mas ainda é preciso ter avanços, “mais organização”.
“Temos que dar capacidade [aos técnicos] de buscar os fatos e não só correr atrás. Temos que nos antecipar aos fatos, desenvolver projetos. Fazer o papel da oposição, que é de controle e de subsídios”, afirmou Guerra.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), afirmou ainda que é necessário “qualificar o papel da oposição”.
CRÍTICAS
Após reunião, os dois deputados foram para o ataque. Guerra disse que as denúncias que envolvem o Ministério dos Transportes são apenas um exemplo de um “processo de corrupção generalizada” que envolve o governo.
Ele criticou, principalmente, a política de alianças da presidente Dilma.
“Vivemos um momento crítico. As irregularidades não são apenas no Ministério dos Transportes. Em todos os lugares vemos a mesma forma, os mesmos vícios, o mesmo conteúdo. Não se pode dizer que o problema é apenas dos aliados de Valdemar Costa Neto. Essa é uma brutal simplificação. O governo todo funciona assim, foi composto desse jeito. Tem que mudar a forma como governa”, afirmou.
Guerra criticou ainda o PT, dizendo que o partido também está dentro do Ministério dos Transportes, assim como está dentro de tudo “por ter um apetite enorme”. “A presidente Dilma não disse a que veio. Afastar um ou dois é bom, mas não é quase nada, é preciso romper com a base, se não, não terá futuro”, disse. “Quando o presidente era o Lula, com o seu talento, o governo sobrevivia com suas declarações, mas a Dilma já não fala tanto”.
Em resposta ao PSDB, o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), disse que a ideia de criar um “gabinete sombra” para fiscalizar o governo é bem-vinda. “Ainda que a gente já esteja em nosso nono ano de governo”, destacou. Sobre as críticas na política de alianças, Teixeira afirmou: “esse é um governo de coalizão, que se monta em cima de valores éticos”.
“O PSDB não tem moral para falar do nosso governo, que vem gerando o crescimento da economia e gerando renda”, completou o petista.
Fonte:Folha Online
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