Ao contar a trajetória do  grupo Novos Baianos através da figura mítica de João Gilberto, o filme Filhos de João – O Admirável Mundo Novo Baiano toca cordas profundas da memória músico-afetiva brasileira, é o que conta Ceci Alves para o Correio da Bahia.

E, quando estrear amanhã(22), o trabalho dirigido por Henrique Dantas ainda vai redimensionar a história do cinema baiano: pela primeira vez, em 50 anos, uma produção cinematográfica inteiramente baiana – direção, produção, pesquisa e montagem – entra em cartaz em circuito nacional.

Ao todo, 21 cidades brasileiras e cerca de 50 salas de cinema exibirão Filhos de João. O documentário – primeiro longa-metragem de Dantas – será exibido inicialmente em nove cidades, a partir de amanhã. Depois da primeira semana em cartaz, mais 12 praças recebem o filme.

Esta semana, aconteceram as pré-estreias, primeiro no Rio e em São Paulo. A última será em Salvador, hoje, às 20h, no Espaço Unibanco Glauber Rocha, na Praça Castro Alves.

A sessão inaugural será  para convidados, mas também vendará ingressos a R$ 15.

Moraes

As pré-estreias foram um capítulo à parte na carreira do filme. Na primeira sessão da série de três, segunda-feira passada, no Rio, foram duas salas lotadas. Foi tanta gente querendo ver o documentário que a distribuidora teve de abrir mais uma sala para acomodar o excedente, em uma sessão extra.

Moraes Moreira, um dos entrevistados do filme e que, com o juazeirense Galvão, formava  o principal núcleo de compositores dos Novos Baianos, estava lá e chorou. Mas não só o choro do artista emociona o diretor Henrique Dantas. A ótima receptividade ao filme, que ele levou 11 anos para fazer, também o comove.

Pai João

O título do filme é uma alusão à paternidade artística dos Novos Baianos – grupo musical que abalou a cena artística brasileira nos anos 60 e 70 – atribuída por seus  próprios integrantes ao cantor e compositor também juazeirense João Gilberto.

O documentário trata desse ‘antes e depois de João Gilberto’ pelo qual passou o grupo, de qualidade musical ímpar e vida alternativa. “Essa magia lúdica que os Novos Baianos representam precisava ser contada. Tinha que viver em outros lugares que não fosse apenas na lembrança de quem o curtiu naquela época. Imortalizar eles em um filme foi a solução”, revela Dantas.

 

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