O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, decidiu elevar de 12,25% para 12,5% ao ano a taxa básica de juros (Selic). Foi a quinta elevação da taxa este ano. É a mais alta taxa desde janeiro de 2009 (12,75% ao ano). Com isso, o país consolida sua posição de maior taxa de juros real (já descontada a inflação) do mundo. A alta de 0,25 ponto causará um pequeno aumento nos juros ao consumidor.

Segundo cálculos feitos por Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul, a taxa de juro real projetada para os próximos 12 meses chegará a 6,8% ao ano. Atualmente, com a Selic em 12,25% anuais, o juro real é de 6,5% ao ano.

Em segundo lugar no ranking dos juros reais, bem distante, está a Hungria, com 2,4% ao ano, seguida de Chile (1,8%) e Austrália (1,4%). Em quinto, encontra-se o México, com 1,2%. Nos EUA, que estão na 36ª posição, a taxa é negativa (-3,2%).

De acordo com Vieira, a elevação no preço das commodities tem criado pesos diferentes nas projeções de inflação para os próximos meses, sobretudo, em países emergentes, como o Brasil. Ele acredita que a elevação dos juros pode perder força, com a desaceleração na inflação. Porém, o mercado está dividido. Segundo a LCA, como o rendimento real do trabalhador tem aumentado, ainda há espaço para aumentar a Selic até outubro.

Economistas lembram ainda que, quanto maior os juros, menor os investimentos em renda variável, como as ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Isso porque, continuam eles, os investidores conseguem obter ganhos maiores com os juros na renda fixa.

A Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) fez os cálculos do impacto no crédito ao consumidor. Com a alta da Selic em 0,25 ponto percentual, os juros no comércio subirão de 5,66% ao mês (ou 93,61% ao ano) para 5,68% ao mês (94,05% anuais). Nesse caso, há uma elevação de 0,35%.

No cartão de crédito, a taxa subirá 0,19%. Passará de 10,69% ao mês (ou 238,30% anuais) para 10,71% mensais (239,03% ao ano).

No cheque especial, a taxa subirá de 8,10% mensais (ou 154,63% ao ano) para 8,12% mensais (ou 155,20% anuais). Nesse caso, a alta é de 0,25%.

Dessa forma, a taxa média do crédito para pessoa física subirá 0,29%: de 6,8% ao mês (ou 120,22% anuais) para 6,82% mensais (ou 120,71% ao ano).

Em nota divulgada no início da noite, o Copom disse que, “avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 12,5% ao ano, sem viés”.

Desta vez, o Copom não citou a necessidade de manutenção do processo de elevação da taxa por “horizonte prolongado”, como constava em notas anteriores.

Fontes: Agência Globo e Brasil

 

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