O Brasil pretende enviar, até o próximo mês, 20 mil toneladas de feijão e milho para a Somália. Esta é a primeira vez que o Brasil faz uma doação de alimentos ao país africano.

A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou na quarta-feira (20) que duas regiões do país estão em situação de fome crítica. A intenção do Brasil é doar, ao todo, 80 mil toneladas.

“Nós sabíamos que a situação era muito séria, porque no sul da Somália o movimento que controla a região havia impedido que organismos internacionais e humanitários trabalhassem ali. A gente sabia que a situação estava se deteriorando”, afirma Milton Rondó, coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Itamaraty.

Segundo ele, o Brasil doou no ano passado US$ 300 mil para as Nações Unidas comprarem alimentos para o país, localizado no leste da África.

De acordo com lei sancionada no mês passado, o Brasil deve doar neste ano um total de 710 mil toneladas de alimentos a diversos países por meio do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas. O custo estimado é de US$ 350 milhões.

“A presidenta Dilma tem nos orientado a ter uma política externa baseada em direitos, e o direito à alimentação é o primeiro direito à vida. Isso é primordial pra gente. E a eleição do Brasil [na FAO] reflete o reconhecimento da comunidade internacional da tática do Brasil nesse campo”, afirma Rondó em referência à escolha de José Graziano para chefiar a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

Atualmente o Brasil está entre os oito maiores doadores mundiais de alimentos, mas com o total de doações previsto para este ano pode ocupar o quarto lugar no ranking.

 

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