Foram utilizadas as principais e mais recentes bases de dados disponíveis, de 2009, como a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (Pnad) e a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). Dividido em oito capítulos, compila questões referentes à demografia, família, trabalho doméstico, educação, saúde e espaços de poder, e faz um retrato da situação feminina no Brasil. As mulheres não são apenas a maioria da população brasileira (51,3%, das quais metade declarou-se negra), mas o gênero mais instruído (as “não negras” têm a maior média de anos de estudos, 9,7 anos), embora ainda receba os menores salários e sejam minoria no mercado de trabalho: 52,7% contra os 72,3% de homens.
A técnica do Dieese Nacional, Patrícia Costa, destacou que as mulheres ainda passam por dificuldade em ocupar setores com maiores remunerações e menos precarizados. Serviços domésticos é o setor que mais emprega mulheres (17%), seguido por comércio e reparação (16,8%), educação, saúde e serviços sociais (16,7%) e ainda os setores da indústria de transformação (12,4%) e agrícola (12,2%).
É alto o índice de mulheres em atividades ligadas ao consumo próprio (59,7%) e ao trabalho não remunerado (como é o caso das donas de casa, com 58,2%). Outro dado interessante no mercado de trabalho é a diferença entre homens e mulheres empregadores. São 73,7% contra 26,3%, respectivamente. Os rendimentos femininos são sempre inferiores aos dos homens, então núcleos familiares chefiados por mulheres com filhos pequenos, sem cônjuge, tendem a ter situação econômica mais precária.
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