O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), afirmou que o agravamento da crise no Ministério dos Transportes, provocado pelas denúncias envolvendo obras, contratos e o aumento do patrimônio de dirigentes da cúpula da pasta e pelas 17 demissões anunciadas desde o início do mês, aumenta as chances para a instalação de uma CPI na Câmara.

O líder pediu nesta sexta-feira (22) para que a assessoria técnica do partido estude a elaboração de um requerimento de CPI. “Nos últimos dias, o próprio governo já reconheceu que há irregularidades na pasta. Com as demissões e a sinalização de outras, o governo admite que há graves e complexos problemas nos Transportes. Se a base governista entendeu a mensagem vinda do Planalto, não irá se opor à instalação de uma CPI para que os fatos sejam esclarecidos.”

O tucano reconhece que as possibilidades de uma comissão de inquérito na Câmara são menores do que no Senado, mas acredita que as denúncias, iniciadas em 2 de julho e não estancadas até hoje, tenham sensibilizado a opinião pública. “Percebemos que a pressão da sociedade é crescente e isso amplia as chances de uma CPI. Os parlamentares não vão remar contra a opinião pública”, afirmou.

Nogueira ressaltou que no recesso irá consultar os líderes dos partidos de oposição sobre a CPI. “Há evidências de superfaturamento, enriquecimento ilícito, e da existência de um esquema sofisticado e ramificado por toda a estrutura dos Transportes. E uma CPI é o foro mais adequado de apuração”, disse.

Convocação de Passos – na última terça-feira, o líder protocolou junto à Secretaria Geral do Congresso requerimento de convocação do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. O pedido tem de ser deliberado pela Comissão Representativa, que precisa ser convocada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O peemedebista ainda não se manifestou.

“A nossa expectativa é que o presidente Sarney convoque a Comissão. O Congresso precisa dar uma resposta à sociedade. Caso contrário, não há justificativa para a existência de uma Comissão Representativa no recesso”, disse o líder.

 

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