Por Ricardo Noblat
Doravante, qualquer senador que se sinta incomodado por alguma pergunta feita por jornalista pode adotar contra ele os seguintes procedimentos:
a) ameaçá-lo com uma surra, perguntando: “Você quer apanhar?”
b) tomar seu gravador;
c) apagar a memória do gravador e só depois devolvê-lo;
d) debochar do jornalista no twitter.
Foi o que fez o senador Roberto Requião (PMDB-PR) no último dia 26 de abril depois de ouvir do jornalista Victor Boyadjian, da Rádio Bandeirantes, uma pergunta sobre sua aposentadoria como ex-governador de Estado no valor mensal de R$ 24 mil.
A Justiça, mais tarde, cancelou o direito de Requião à aposentadoria – bem como o de outros ex-governadores do Paraná.
O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal pediu ao Senado a abertura de inquérito acusando Requião de quebra de decoro.
Parecer da advocacia do Senado entendeu que não houve quebra de decoro.
Assinado pelos advogados Fernando Cunha e Hugo Souto Kalil e endossado pelo advogado-geral Alberto Cascais, o parecer considerou que a reação de Requião foi adequada.
Um trecho do parecer: “O sindicato representante imputou ao senador representado (Roberto Requião) apenas os seguintes fatos: apropriação indevida de aparelho gravador utilizado pelo jornalista; ameaça de agressão física com o dizer “você quer apanhar?” e chacota pública do profissional na Internet, ao chamá-lo de “engraçadinho”.
José Sarney, presidente do Senado, mandou arquivar o parecer e deu o caso por encerrado.
Que tal?
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