Com o propósito de estimular o registro de empregados domésticos em todo o Brasil, o governo estuda reduzir a contribuição paga ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e ampliar o desconto na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física, concedido aos patrões que recolhem a contribuição previdenciária de seus empregados. As propostas, denominadas pelo Ministério do Trabalho como “Simples para Domésticos”, serão apresentadas até o fim do ano à presidenta Dilma Roussef.
O objetivo do projeto é que os contratantes recolham o valor como ocorre atualmente no Simples Nacional, que tributa a microempresa em 3% a 18%, de acordo com o faturamento e o ramo de atividade, incluindo todos os impostos. Hoje, a alíquota do INSS paga pelo trabalhador doméstico é de 12%, enquanto a do FGTS é de 8%. As duas contribuições somam 20% sobre o valor pago dos salários. A proposta é reduzir essa alíquota para a faixa de 14%. Com isso, os patrões pagariam 8%, enquanto os empregados, 6%.
Na visão do presidente da União Mundial das Profissões Liberais (UMPL) e da Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) Francisco Antonio Feijó, o projeto do Ministério do Trabalho, se aprovado, formalizará mais de 5 milhões de empregados domésticos. “Além disso, haverá aumento na arrecadação”, disse, ressaltando que o Brasil tem hoje 7,2 milhões de trabalhadores nesta categoria. “Contudo, cerca de 2 milhões têm carteira assinada, número que representa um universo de apenas 28%”.
Para ele, está “mais do que na hora de adaptar a realidade do mercado de trabalho aos domésticos. Se formos comparar o Brasil com vários outros lugares do mundo, o valor dos serviços dos domésticos por aqui são relativamente baixos. Além disso, hoje, eles não contam com benefícios como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), seguro-desemprego, abono salarial, hora extra, entre outros”, afirma, lembrando que essa discussão a respeito da redução da contribuição paga à Previdência Social ganhou força após a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ter aprovado, em junho, durante a 100ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, na Suíça, uma Convenção que garante aos trabalhadores domésticos os mesmos direitos dos profissionais de outros segmentos.
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