A crise no Ministério dos Transportes – deflagrada após a revelação, por VEJA, de um esquema de corrupção operado na pasta – ganhou mais um capítulo nesta sexta. Reportagem do jornal O Globo revela que o atual coordenador-geral de Operações Rodoviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Marcelino Augusto Rosa, mantém negócios milionários com uma empresa cuja representante é sua mulher, Sônia Lado Duarte Rosa.
Augusto Rosa foi alçado ao cargo na esteira do escândalo na pasta, que já culminou na demissão de 20 servidores dos Transportes – a maioria, funcionários do Dnit. O esquema operado entre o diretor e sua mulher baseia-se no seguinte traçado: procuradora de oito empresas – a maioria delas envolvida na sinalização de rodovias -, Sônia é a responsável por intermediar os acordos entre as companhias contratadas e o Dnit. Augusto Rosa detém o controle sobre contratos de sua área – justamente o setor em que atuam as empresas representadas por Sônia.
Ainda segundo o jornal, antes mesmo de assumir o novo cargo, Rosa já atuava nos negócios ao lado da mulher – ação que rendeu à dupla o apelido de “casal Dnit”. Enquanto coordenava o setor de Segurança e Engenharia de Trânsito, Marcelino conseguiu com que, por meio de aditivos – ou seja, sem que fossem realizadas novas licitações para a manutenção dos contratos – algumas das empresas representadas por Sônia dobrassem seus patrimônios.
De acordo com testemunhas ouvidas pelo jornal, a clientela de Sônia tem aumentado nos últimos 15 anos justamente pela garantia de que a mulher do diretor do Dnit consegue “acelerar” processos internos – e renovar anualmente, sem licitação, os contratos de seus clientes com o Dnit. (Veja)
Poste seu comentário