A criação do PSD – o partido que não é de centro, de direita, nem de esquerda – deverá deixar a oposição brasileira com 16 senadores e 97 deputados. PSDB, DEM, PPS e PSOL passarão a representar apenas 19,7% do Senado e 18,9% da Câmara. O índice está entre os menores do mundo democrático. Pior: a oposição tem, hoje, menos cadeiras do que durante a maior parte do regime militar. Os números dão uma dimensão da crise dos partidos de oposição no Parlamento.

Levantamento do site de VEJA comparou o cenário brasileiro com o de outros nove países da América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África. Mesmo em regimes parlamentaristas, onde não há possibilidade de a oposição ser maioria, os porcentuais são mais equilibrados. Na vizinha Argentina, a oposição controla tanto a Câmara quanto o Senado. Nos Estados Unidos, os republicanos têm maioria na Casa dos Representantes enquanto os democratas dominam o Senado. Até na África do Sul do controverso presidente Jacob Zuma os partidos de oposição mantêm cerca de um terço do Parlamento – mais do que no Brasil.

Entre os outros sul-americanos, mesmo na Venezuela e na Bolívia, países em que o Executivo afronta o Legislativo, a composiçao dos Parlamentos também é mais equilibrada que a nossa. Uma das raras exceções é o Congresso da Colômbia. Lá, o presidente Juan Manuel Santos conta com mais de 80% de apoio no Congresso.

 

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