O pronunciamento do senador Alfredo Nascimento (AM) na tarde desta terça-feira (2) explicitou as mágoas dos senadores do Partido da República, partido do qual o ex-ministro é presidente nacional, com a cúpula do governo federal e, em especial, com a presidente Dilma Rousseff. Em seu discurso, Nascimento adotou um tom conciliador, propondo que o partido continuasse aliado ao governo, mas enfatizou que nem ele nem o PR eram “lixo”.
– Acreditamos no governo da presidente Dilma e continuaremos a apoiá-la, convencidos de que é isso o que de nós esperam os nossos eleitores.Nos últimos anos, fui um ministro convocado para resolver problemas. Não aceito que usem o meu nome e que brinquem com a minha carreira para corrigir distorções que eu não criei nem para desfazer acordos dos quais eu não participei. Que cada um assuma a responsabilidade. Eu não sou lixo! O meu partido não é lixo! Nossos senadores não são lixo! Nós somos homens honrados e queremos que seja apurada pelo menos a minha participação como senador da República no Ministério dos Transportes – reagiu.
O pronunciamento de Alfredo Nascimento era esperado desde o final do semestre passado, quando o ex-ministro deixou o cargo. O senador, no entanto, optou por pedir uma licença particular e só reassumir o mandato este mês de agosto, depois do recesso parlamentar.
No discurso, o senador relembrou que o PR fez parte da base do governo Lula e foi o primeiro partido a apoiar a candidatura da então ministra Dilma Rousseff à Presidência da República em 2010. Também assegurou que a entrega do comando do Ministério dos Transportes à legenda foi escolha da presidente e não “algum tipo de imposição ou verticalização dos espaços”. Além disso, destacou Nascimento, todos os nomeados na pasta, apresentados por indicação partidária, comprovaram sua experiência profissional e tiveram currículos analisados pela Abin.
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