A presidente Dilma Rousseff avalia que o escândalo no Ministério do Turismo é mais grave e tem maior potencial de estrago do que as denúncias de corrupção envolvendo a pasta da Agricultura e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Dilma tenta segurar tanto o ministro do Turismo, Pedro Novais, como o da Agricultura, Wagner Rossi. O primeiro foi indicado pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). O segundo é afilhado do vice-presidente da República, Michel Temer.

É Temer quem está fazendo a ponte para evitar que a crise escancarada no Turismo afete o relacionamento do PMDB com o Planalto. Quanto a Rossi, o vice está tranquilo. Dilma ordenou a demissão dos diretores da Conab, mas, sem querer comprar briga com Temer, está decidida a preservar o ministro. A menos que, mais para a frente, não haja condições políticas para a manutenção dele.

Embora a presidente também pretenda deixar Novais onde está – mesmo porque tem dificuldade em encontrar um substituto na bancada do PMDB – , a situação do titular do Turismo é considerada mais complicada. As investigações indicam que o desvio de dinheiro começou quando o ministério era comandado por Luiz Barreto (PT) – ex-secretário executivo de Marta Suplicy na época em que ela dirigiu a pasta – mas, no diagnóstico do Planalto, o escândalo pode chegar a Novais.

 

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