O que quer a nova classe C? A resposta para esta pergunta paira como uma espécie de convidado de honra na festa de 30 anos do SBT, idade que a emissora completa nesta sexta-feira, 19. Mas, assim como na peça Esperando Godot, de Samuel Beckett, é preciso aguardar, e muito. O convidado demora a chegar e faz de sua demora o pesadelo de Silvio Santos, que nos últimos anos viu parte do público migrar para a concorrente Record e sua imagem no mercado publicitário perder valor crescentemente, fazendo da hoje robusta classe C uma sonhada possibilidade de salvação.
A verdade é que, de fato, não há muito a comemorar. A emissora de Silvio Santos, empresário que passou de camelô a gigante das comunicações numa trajetória impressionante, completa três décadas não apenas afastada do posto que sempre se gabou de ocupar, o de vice-líder na audiência da TV aberta, mas já roçando o quarto lugar. A capacidade de se reinventar, inerente a Silvio Santos, foi usada contra o próprio canal, cuja grade de horário sofreu diversas mudanças capazes de cansar público e anunciantes, enquanto a base da programação permanecia a mesma, com atrações do tempo do onça, como se dizia, como Chaves e A Praça É Nossa, sem acompanhar a transformação da classe média, que ascendia e revia seus interesses.
Há muito tempo, a TV aberta não é mais a única janela da classe C para o resto do mundo. De acordo com dados da empresa de pesquisas Data Popular, a maior parte dos jovens acima de 18 anos que acessam a internet com frequência no país pertence à camada média da sociedade. A classe C representa 56% desse universo, contra a fatia de 24% amealhada pelas classes A e B. E o interesse dos seus jovens internautas vai além da comunicação e do entretenimento. A maior parte se conecta para se manter informada. Segundo levantamentos
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