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A primeira aeronave da Vasp começou a ser desmanchada nesta terça-feira no aeroporto de Congonhas. Há 27 aviões da antiga companhia aérea abandonados em aeroportos brasileiros desde 2005, nove deles em Congonhas. Os equipamentos não servem mais para voos e serão vendidos como sucata. Cada um deles vale entre R$ 30 mil e R$ 50 mil.
“Essa aeronave é só a primeira que irá para o seu verdadeiro lugar, que é o ferro-velho”, disse o presidente da Infraero, Gustavo do Vale.
As aeronaves da Vasp ocupam 170 mil metros quadrados no cobiçado aeroporto de Congonhas. Ao lado do sobe e desce de aviões, há nove sucatões da Vasp enfileirados. Não são mais aviões, só sobrou a carcaça mesmo. Apenas um deles tem turbina. Alguns estão sem “nariz”. As saídas de emergência foram arrancadas. Todos estão empoeirados e enferrujados.
Esse espaço será liberado para aumentar o pátio para as companhias operantes, um dos principais gargalos da infraestrutura local. Sem os “sucatões” da Vasp, será possível ampliar em cerca de 20% a área de estacionamento de aeronaves, disse o presidente da Infraero, Gustavo do Vale.
Sem espaço no pátio, muitas aeronaves precisam sobrevoar a região de São Paulo antes de pousar. “É como um estacionamento no shopping. Se não tem vaga, você tem que ficar dando voltas até alguém liberar um lugar”, compara Vale.
Além do desperdício de espaço, o uso do pátio por aviões inoperantes é uma perda de receita para a Infraero. O custo de hangaragem para cada aeronave é de cerca de R$ 100 mil por mês, em Congonhas.
Assim, ao abrigar os nove aviões-sucatas da Vasp no local, a Infraero deixou de ganhar mais de R$ 7 milhões apenas neste ano, e R$ 71 milhões se aplicarmos o preço atual para o período total em que eles estão parados. A companhia deixou de voar em janeiro de 2005 e foi à falência três anos depois. O rombo é ainda maior se consideramos os aviões que estão nos demais aeroportos.
Ao todo, há 118 aeronaves desativadas nos aeroportos brasileiros, segundo um levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A meta do presidente da Infraero, Gustavo do Vale, é remover todas em dois anos. “Não teremos sucatas nos aeroportos durante a Copa”, diz. Depois de Congonhas, a Infraero pretende agilizar a remoção das aeronaves abandonadas nos aeroportos de Brasília e no Galeão, no Rio de Janeiro.
Metade dos aviões abandonados é de empresas aéreas falidas, como a Vasp, a Transbrasil, a Fly (velha Varig) e a cargueira Skymaster. Decisões judiciais impediram que eles fossem leiloados e o equipamento se deteriorou. O programa Espaço Livre, uma força-tarefa do CNJ, da Infraero e da Anac, viabilizou o início da remoção nesta terça-feira.
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