Dora Kramer
O senador Aécio Neves admite que em 2010 nunca foi de fato candidato a presidente. Fez movimentos táticos. “Mas não tinha apoio do partido nem a convicção de que seria a minha hora”, diz, reconhecendo que na época o nome “natural” do PSDB era mesmo o de José Serra.
Agora Aécio sente que o cenário se inverteu e trabalha fortemente com a hipótese de ser o principal candidato de oposição em 2014. “Contra Lula ou Dilma”, embora aposte que ela será candidata à reeleição. “A renúncia à candidatura equivale à aceitação de que o governo não deu certo.”
A conversa de Aécio Neves hoje realmente não é a mesma dos meses que antecederam a definição do candidato tucano que disputaria a sucessão de Luiz Inácio da Silva. Ele falava sobre a candidatura de maneira difusa.
Enquanto Serra tinha na cabeça todo o esquema de governo, aí incluídos nomes de ministros, Aécio posicionava-se como possível candidato, mas não agia como tal.
Um episódio: em setembro de 2010 preferiu viajar com a filha para a Itália a correr o País para organizar as prévias no partido conforme havia anunciado.
Agora é diferente. Mal terminada a eleição tratou de conquistar a hegemonia dentro do partido, estabeleceu um plano de ação para reorganizar o PSDB nos Estados, reincorporar ao partido forças da política e da sociedade que se dispersaram durante o governo Lula e se prepara para subir no maior número possível de palanques nas eleições municipais de 2012 a fim de atrair aliados com o seguinte critério: só o PT é adversário.
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