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Se dependesse apenas dos planos do governo do PT e dos discursos do ex-presidente Lula, o Brasil deveria ser há muito tempo o principal fornecedor de etanol para os Estados Unidos. Na realidade, porém, o Brasil passou a grande importador do produto americano. E, justamente por causa do aumento das importações brasileiras, os EUA devem tornar-se, neste ano, o maior exportador mundial de etanol.
Dois relatórios divulgados nos últimos dias por instituições dos EUA – uma associação de produtores de combustível de fontes renováveis e o Departamento de Energia – mostram que, neste ano, as exportações de etanol americano poderão alcançar de 1,9 bilhão a 2 bilhões de litros, superando pela primeira vez as vendas externas do produto brasileiro, que devem totalizar de 1,2 bilhão a 1,6 bilhão de litros. Embora tenham problemas para abastecer o mercado doméstico, os produtores brasileiros precisam manter as exportações para cumprir contratos firmados com seus clientes.
Há uma ironia nessa mudança no comércio mundial de etanol. Ela ocorre no momento em que o mercado que mais arduamente o ex-presidente Lula tentou conquistar para o produto brasileiro começa a se abrir para o etanol estrangeiro – mas o Brasil não pode aproveitar essa oportunidade, pois não produz o suficiente nem para abastecer o mercado interno, daí a necessidade de importação. Neste ano, o Brasil deve importar 1,6 bilhão de litros de etanol, mais do que a importação recorde de 1995 (1,4 bilhão de litros).
Em plena safra, o preço do etanol hidratado e do anidro vendido nas usinas atingiu o maior preço em período de safra desde 2003, de acordo com os dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP.
Comparados aos dados deste ano, são os valores mais altos desde o fim de abril para o hidratado e desde o início de maio para o anidro.
O litro do hidratado está saindo da usina por R$ 1,24 e o do anidro por R$ 1,43, ambos sem frete e impostos, de acordo com dados da última sexta-feira.
Esse preços indicam alta de 49,9% e de 47,9% respectivamente, quando comparados aos do ano passado.
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