A resposta parece um tanto óbvia para a pergunta quase infame: “alguém, em sã consciência, aceitaria voltar a pagar a CPMF?”. Durante dez anos a “contribuição provisória” promoveu um saque no bolso do brasileiro  a cada movimentação financeira. O valor mais alto da tungada chegou a 0,38%. Em dezembro de 2007, o senado impediu a prorrogação da CPMF e retirou da Saúde Pública nada menos que R$ 40 bi.O problema da CPMF não foi o tamanho nem a duração do desconto. Foi a fraude – não a financeira, mas a moral. Com a desculpa de financiar a saúde, a CPMF foi ficando cada vez menos provisória e cada vez mais distante dos cofres da Saúde pública. Ao longo de uma década, a esperteza dos gestores públicos matou uma idéia boa, justa, e eficiente.

A sociedade certamente pagaria de bom grado para ver o Brasil conquistar uma saúde pública de primeiro mundo. Esta mesma sociedade que reclama do péssimo atendimento que recebe, que paga fortunas  por planos de saúde que mercantilizam a doença, que teme pelo futuro do atendimento de seus filhos e netos, que pena em filas, corredores e hospitais, certamente concordaria com o desconto da contribuição, se ele fosse garantia de solução.  (Do blog de Christina Lemos)

 

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