O panorama visto do Brasil mostra que os Estados Unidos são hoje um país menor e menos importante para nós do que era há dez anos. Em 2001, os americanos compravam um de cada quatro dólares exportados pelo Brasil; hoje, compram apenas um em cada dez. A China virou nosso maior parceiro comercial. O 11 de Setembro até hoje produz reflexos na economia do mundo.
O atentado às torres gêmeas foi como uma pedra grande lançada num lago: até hoje os círculos que se formam e se espalham têm a ver com o impacto inicial. Pode-se traçar uma linha entre os eventos que nasceram no dia que nunca terminou.
Depois das cinzas e do espanto veio o medo de uma depressão mundial. O pânico não é um ambiente em que a economia prospere. O risco era de as seguradoras quebrarem pelo peso do sinistro a ser pago; de as companhias aéreas tombarem sob o peso dos novos custos; de a paralisia contaminar toda a economia. Se, como dizia Dionísio Dias Carneiro, 2001 foi o ano em que os fantasmas chegaram todos de uma vez, o atentado de Bin Laden foi o maior deles.
O ambiente de vingança se espalhou nos EUA e alavancou o gasto militar para sustentar duas guerras. Um levantamento feito por Raphael Martello, da Tendências consultoria, mostrou que as despesas militares mais que dobraram: de US$ 315 bilhões para US$ 704 bilhões. Isso erodiu o superávit orçamentário deixado por Bill Clinton, que virou um déficit de 4,8% do PIB já em 2004. Este ano, o déficit público chegará a 11%.
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