Os 53 “apadrinhados” de Gilson Moura
Na petição do Ministério Público sobre a Operação “Pecado Capital”, Gilson Moura é citado como padrinho político de Rychardson de Macedo e responsável pela indicação de pelo menos 53 “colaboradores” do Ipem, contratados através da terceirizada FF Empreendimentos Ltda.
A revelação foi obtida através de interceptação telefônica realizada pelo MP, com autorização da Justiça, de conversa entre Rychardson e o também advogado Daniel Vale Bezerra, ex-diretor jurídico do Ipem.
Rychardson é articulador das campanhas eleitorais de Gilson Moura desde 2006. De acordo com outra fonte, que também pediu para não ser identificada, ele fazia parte do “G1” do deputado estadual.
A designação representa “o grau mais importante” na hierarquia dos colaboradores do parlamentar. “O G2 era formado pelos familiares dele [Gilson Moura]. Já o G3 eram as pessoas menos importantes”, contou a fonte.
A petição do MP lista o nome de pelo menos três dos apadrinhados de Gilson Moura no Ipem: Laila Cristiane Nagib, Gilberto Fernandes de Moura e Francisnilton Moura, ambos primos do deputado estadual.
A “Pecado Capital” foi deflagrada na última segunda-feira (12) numa ação conjunta do MPE e da Polícia Militar. A operação desmontou um esquema fraudulento de desvio de recursos públicos no Ipem-RN.
O órgão, segundo descrição do MP, “teve suas estranhas corroídas ante a prática corrupta de agentes públicos vorazes pela obtenção de dinheiro fácil”. A “organização criminosa”, conforme narração da petição do Ministério Público à Justiça, era chefiada pelo ex-diretor do órgão, Rychardson de Macedo Bernardo, braço direito do deputado estadual Gilson Moura.
Depois de ser exonerado do Ipem-RN (Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte), no final de fevereiro de 2010, o advogado e ex-diretor do órgão, Rychardson de Macedo Bernardo, voltou a ocupar o cargo de assessor parlamentar do deputado estadual Gilson Moura (PV) na Assembleia Legislativa (AL).
De acordo com a assessoria de imprensa da AL, Rychardson desempenhou a função em duas oportunidades. Em fevereiro e março de 2007, ele teria recebido, em valores brutos, R$ 11.096,40 (R$ 8.648,42 líquidos). Ele assumiu novamente o mesmo cargo em 20 de julho de 2010, tendo permanecido até 11 de dezembro do mesmo ano. No período, recebeu um total bruto de R$ 29.355,51 (incluído o 13º salário) e, em valores líquidos, R$ 23.320,36.
Fonte: Tribuna do Norte
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