A alta do dólar, caso a cotação não recue, deve chegar aos preços dos produtos importados ou que têm itens importados em sua composição em menos de um mês. A previsão é de alguns setores da indústria e dos representantes dos supermercados. Nesta sexta-feira, 23, a moeda americana caiu 3,56% e fechou em R$ 1,842. Apesar da queda, no mês o dólar acumula uma valorização de 16,22%.
Os primeiros itens que devem sofrer com a alta da moeda são pães, massas e outros alimentos a base do trigo. “O Brasil consome por ano 10 milhões de toneladas de trigo e produz cerca de 5 milhões de toneladas. Importamos metade da nossa necessidade dos nossos vizinhos – Argentina, Paraguai e Uruguai – e o preço do grão é em dólar. Com a moeda mais cara, o trigo fica mais caro e o preço de macarrão e alimentos a base de farinha também sobe”, diz Cláudio Zanão, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima).
Apesar disso, ele acredita que a elevação pode ser postergada. “Os moinhos e a indústria trabalham sempre com um estoque reserva de trigo para cerca de 10 dias. Com essa instabilidade, a indústria usa esse estoque antes de reajustar o preço”, afirma. “Agora, se o dólar ficar no patamar atual, esperamos um aumento em torno de 5% nos produtos à base de trigo. Isso pode acontecer já no final deste mês ou no início do mês que vem”, completa.
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