O US Preventive Services Task Force, um grupo de cientistas e pesquisadores ligados ao governo dos Estados Unidos, pediu o fim de um dos métodos mais usados para a detecção do câncer de próstata, o teste de PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês). A recomendação é somente para homens saudáveis e sem sintomas, e foi baseada em testes clínicos.

“O teste não consegue mostrar a diferença entre tumores que irão ou não afetar um homem durante sua vida. Nós precisamos encontrar um novo procedimento que seja capaz de fazer isso”, disse ao jornal americano The New York Times Virginia Moyer, líder do grupo.

O PSA detecta a elevação de uma proteína produzida pela próstata que é um indicativo de câncer, mas é criticado por dar falsos positivos. Uma dosagem alta de PSA também pode ser sinal de uma infecção ou crescimento benigno exagerado da próstata. ”A baixa especificidade do exame PSA, junto com sua incapacidade para distinguir os tumores benignos dos agressivos, fazem com que haja um diagnóstico excessivo de câncer de próstata em um número considerável de homens”, explicou o grupo.

Consequências – Com a sua popularização, de 1986 a 2005, um milhão de homens fizeram cirurgia e radioterapia (ou ambos), mas pelo menos 5.000 morreram logo após a operação e entre 10.000 e 70.000 outros sofreram complicações sérias.

Pelo menos metade desses pacientes apresentou sangue no sêmen com frequência, e entre 200.000 a 300.000 tiveram incontinência urinária ou impotência. “Nós estamos desapontados. A questão é que esse é o melhor teste que nós temos, e a resposta não pode ser simplesmente ‘não faça o exame’”, diz Thomas Kirk, líder do Us Too, um dos maiores grupos de apoio à pacientes com a doença.

De acordo com pesquisas recentes, um terço dos homens entre 40 e 60 anos têm a doença, sendo que para homens com mais de 85 a proporção sobe para três quartos.

 

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