Os líderes da oposição na Câmara dos Deputados se reuniram na manhã desta terça-feira (18) para definir uma estratégia conjunta frente às denúncias de recebimento ilegal de verbas públicas e convênios irregulares com organizações não governamentais relacionadas ao ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior.
“Há necessidade urgente da sua saída [de Orlando Silva Júnior] enquanto as investigações durarem”, afirmou o líder dos tucanos, Duarte Nogueira (SP).
O líder do DEM, ACM Neto (BA), afirmou que os assessores de PSDB, DEM e PPS estão tentando trazer ao Congresso os dois denunciantes do caso à revista “Veja”. No fim de semana, a revista trouxe depoimentos de Célio Soares Pereira e do policial militar João Dias acusando o ministro de receber dinheiro de ONGs. Segundo os denunciantes, havia um esquema que pedia 20% de todos os convênios do programa do governo federal Segundo Tempo, que seriam desviados para abastecer o PCdoB –partido do ministro.
A ideia dos opositores é ouvir os denunciantes em uma das comissões da Casa, mas pela inviabilidade de ser aprovado o convite, eles pretendem chamá-los em uma reunião privada.
As três legendas aguardam a investigação da Procuradoria Geral da República no caso, bem como a da Polícia Federal e do Conselho de Ética da Presidência da República.
Questionados se pensam em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as denúncias, os deputados admitiram que esta estratégia não funciona já que são minoria no Parlamento.
“Antes de ouvir o ministro, o ideal seria ouvir os acusadores, mas o governo vai blindar. A estratégia do governo é criar uma operação abafa”, completou Nogueira.
“A saída do ministro mostraria que a apuração esta sendo feita com isenção. É uma demonstração de que ele não tem nada a temer”, completou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
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