Tá na Agência EFE
A organização Wikileaks, que publicou milhares de documentos comprometedores de Governos de todo o mundo, anunciou nesta segunda-feira que não divulgará mais segredos oficiais por falta de financiamento.
O anúncio foi realizado em entrevista coletiva em Londres pelo fundador do Wikileaks, Julian Assange, que está retido no Reino Unido à espera da conclusão de um julgamento de extradição para a Suécia sob a acusação de supostos abusos sexuais.
O Wikileaks destacou que suspende a divulgação de documentos secretos oficiais perante “o bloqueio arbitrário e ilegal” realizado por empresas americanas como Bank of America, Visa, MasterCard, PayPal e Western Union, que dificultaram o acesso a fontes de financiamento.
O site se concentrará agora em arrecadar fundos, após denunciar que o bloqueio destruiu 95% de sua receita e custou bilhões de euros pela perda de doações durante um período de 11 meses.
“Nossos poucos recursos devem se concentrar agora na luta contra o bloqueio bancário ilegal”, afirmou Assange.
“Se não enfrentarmos este ataque financeiro, então haverá um precedente perigoso, opressivo e não democrático, com consequências que vão além do Wikileaks e seu trabalho”, acrescentou.
O fundador do site também advertiu que outras organizações que denunciam as atividades de grupos poderosos podem correr o mesmo risco que o Wikileaks.
Assange, preso em Londres no último mês de dezembro, permanece em prisão domiciliar em uma mansão do leste da Inglaterra, mas pode pedir permissão para participar de eventos como a entrevista coletiva de hoje. O jornalista negou as acusações das autoridades suecas, que querem interrogá-lo por supostos crimes sexuais cometidos em agosto.
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