Gilberto Dimenstein

O encontro de Dilma Rousseff e FHC, durante um jantar no Palácio da Alvorada, é uma aula de civilidade.

Dilma mostra que um presidente tem de estar acima dos partidos e aberta a toda e qualquer pessoa que possa ajudar a nação, com sugestões e críticas. O que deveria ser óbvio –mas não era com seu antecessor, que parecia ter um problema psicológico com Fernando Henrique Cardoso, tantas foram as descortesias desnecessárias.

Poucos são os brasileiros que, pela experiência política e administrativa, além de extraordinárias conexões com centros acadêmicos mundiais, deveriam ser ouvidos sempre por um presidente. E Fernando Henrique é um deles.

Sempre disse aqui que Lula, com todos os seus defeitos, foi muito, mas muito melhor do que seus inimigos imaginavam que ele seria. Lula ajudou a estabilizar o Brasil e a reduzir a miséria, assegurando os valores democráticos. Aqueles espasmos que ele tinha dizendo-se inventor do Brasil são, hoje, apenas um detalhe, talvez apenas um sintoma de insegurança.

Mas coube a Fernando Henrique fazer as medidas mais importantes para que Lula pudesse deslanchar. É preciso ser desinformado ou tapado ideologicamente para não perceber tamanha obviedade.

Dilma Rousseff está ajudando a colocar, na história, as coisas no seu devido lugar, mostrando como a civilidade deve ocorrer entre governo e oposição. (Folha)

 

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