A semelhança entre o usuário do Facebook que sempre publica sua imensa felicidade com o internauta que só divulga comentários negativos – e de autopiedade – é que ambos podem fazer desta rede de relacionamento uma ferramenta para aguçar um transtorno de personalidade cada vez mais presente nos consultórios clínicos.
O narcisismo – patologia que está de mãos dadas com outras manifestações físicas, como gastrite, depressão e perfeccionismo exagerado – vai além da paixão sem limite por si próprio e pode estar por trás também das pessoas que não suportam pequenas frustrações cotidianas, como um atraso em um compromisso profissional ou uma nota baixa na pós-graduação.
“As redes sociais de um modo geral, seja Youtube, Facebook, Twitter ou Orkut, são ferramentas para o individualismo e para o desenvolvimento da personalidade narcísica”, acredita a psicanalista clínica Andrea Vaz, mestre em psicologia e cultura pela Universidade de Brasília (UNB) e pesquisadora da influência da televisão e internet nos transtornos psíquicos.
“Quanto mais amigos conectados, ou quanto mais seguidores, mais bem vista é aquela pessoa, mais reconhecida socialmente e mais chance de compartilhar a sua imagem idealizada ela tem. A existência, ou seja, o nosso valor, passa a ser atrelada ao grau de visibilidade que obtemos e tudo isso contribui para o narcisismo patológico”, define Andrea.
O termo narcisismo, explica o presidente da Sociedade Paulista de Psicanálise, Plínio Montagna, é emprestado do mito grego de Narciso. A história é sobre um jovem de beleza tal que se comparava a um deus. Ele, por isso, repudiou o amor da ninfa Eco e foi punido com a condenação de apaixonar-se apenas pela sua imagem refletida no rio.
Fonte: Portal IG
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