A despeito de outros ministros que deixaram os cargos no governo Dilma Rousseff por suspeitas de irregularidades, o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, afirmou nesta quinta-feira que irá surpreender e mudar a rotina de demissões de chefes de pastas.

Se cair, Lupi será o sexto ministro do governo a deixar a Esplanada por denúncias de supostas irregularidades.

“Nem toda novela o próprio autor tem controle sobre o final… nem todo enredo é igual do início ao fim”, disse o ministro em audiência pública na Câmara dos Deputados para esclarecer as denúncias que recaem sobre a pasta.

“O roteiro não está pronto.”

Foi a segunda vez nesta semana que o ministro expressou confiança em sua manutenção no cargo. Na terça-feira, ele chegou a afirmar que “duvida” que a presidente Dilma Rousseff o demita e disse que só deixaria o cargo se fosse “abatido à bala”.

Durante a audiência na Câmara, nesta quinta, ele pediu desculpas a Dilma por essa declaração, que causou desconforto no Palácio do Planalto.

Reportagem da revista Veja desta semana denunciou suposto esquema de cobrança de propinas que seria operado por servidores e ex-servidores do ministério a favor do PDT, partido de Lupi. O dinheiro seria cobrado para resolver pendências e liberar recursos a organizações não-governamentais (ONGs) conveniadas com a pasta.

“Eu vou inverter o desejo de muitos, eu vou mostrar que é possível a mídia errar”, disse o ministro a jornalistas.

Desde o início do governo Dilma, as suspeitas de irregularidades já provocaram a saída de Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Silva (Esporte).

 

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