A menos de um mês e meio do Natal, há no mercado uma espécie de “liquidação” de bens de consumo de alto valor. São imóveis, carros, eletrônicos e móveis, ofertados com descontos e condições facilitadas de pagamento, no melhor período de vendas do ano para o varejo. Normalmente, os preços sobem e as facilidades diminuem nessa época do ano. Mas não é isso que se vê hoje.

O movimento de liquidações de produtos dependentes do crédito reflete, na opinião de especialistas, a mudança de cenário. Até julho, a projeção de mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 chegava a 4,6%. Hoje está em 3,2%, aponta o Boletim Focus do Banco Central (BC). Essa mudança fez crescer o encalhe de itens de alto valor, cujo custo para mantê-los em estoque é elevado.

Nas últimas semanas, três construtoras – Even, Gafisa e Eztec -, por exemplo, cortaram em até 36% o preço de um grupo de imóveis novos. Uma cobertura de alto padrão, que custava R$ 4,2 milhões, passou a ser ofertada por R$ 2,8 milhões. Um apartamento na zona sul de São Paulo, avaliado em R$ 425,6 mil, agora sai por R$ 383,1 mil.

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