A direção do PT já começa a articular uma estratégia eleitoral na capital paulista que evite confrontos diretos com o prefeito Gilberto Kassab e deixe as portas abertas para uma eventual aliança com o PSD num segundo turno. A hipótese foi discutida neste fim de semana por dirigentes petistas e leva em conta um cenário de ruptura entre o PSDB e o partido de Kassab.
O tom da campanha, porém, já divide o PT. Correntes do partido que concordaram em apoiar a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à Prefeitura de São Paulo exigiram que o petista critique a atual gestão de Kassab na capital. A saída para o imbróglio seria atacar programas e ações da Prefeitura sem mencionar diretamente o nome de Kassab nos ataques.
A preocupação da direção do PT é preservar alianças com Kassab em todo o Estado de São Paulo, sobretudo no ABC paulista. Em cidades como Osasco e Guarulhos, consideradas estratégicas para a sigla, a aliança entre os dois partidos já foi acertada.
Além da preocupação com o segundo turno, os petistas deram largada às negociações para as alianças que vão garantir a Haddad o maior tempo de TV possível na propaganda eleitoral. A prioridade, no momento, é assegurar o apoio do PR e evitar qualquer proximidade do partido com os tucanos.
Em relação ao PC do B, o senso comum petista aposta que uma intervenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode levar à desistência da candidatura do vereador Netinho de Paula. A condição seria oferecer ao partido a vaga de vice e fechar alianças em capitais exigidas pelo PC do B, como Porto Alegre (RS).
“Estamos abertos às alianças”, frisou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, para em seguida emendar: “O PT não abre mão de ter candidato próprio, temos candidato”.
Fonte: Estadão
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