Um ataque suicida contra um santuário muçulmano xiita deixou ao menos 54 mortos e mais de 100 feridos em Cabul, capital do Afeganistão, nesta terça-feira. Ninguém assumiu responsabilidade pelo atentado, o maior ato de violência sectária desde a queda da milícia islâmica do Taleban, há uma década.
Outros quatro xiitas morreram em outro ataque lançado na cidade de Mazar-i-Sharif, norte do Afeganistão. Uma bomba amarrada a uma bicicleta explodiu durante a passagem de um comboio de xiitas por uma rua perto de uma mesquita, deixando também 21 feridos.
De acordo com o chefe do Departamento de Investigação Criminal da polícia de Cabul, Mohammed Zahir, o primeiro ataque aconteceu quando um homem detonou explosivos que carregava em seu corpo em meio a uma multidão de homens, mulheres e crianças que estavam em frente ao santuário de Abul Fazl.
A multidão participava do festival xiita da Ashura, que relembra o martírio de Hussein, neto do profeta Maomé, durante a batalha de Kerbala, no Iraque, no ano 680. Trata-se do principal evento no calendário religioso dos xiitas.
O Afeganistão tem um histórico de violência e tensão entre os muçulmanos sunitas e a minoria xiita, mas, desde a destituição do Taleban do poder, ataques sectários em larga escala como os que abalam o vizinho Paquistão não têm ocorrido.
Na segunda-feira, três ataques de bombas atingiram vários peregrinos xiitas que comemoravam a Ashura no Iraque, deixando pelo menos 30 mortos e dezenas de feridos.
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