O acirramento da competição com os produtos importados e a crise externa minam o otimismo dos industriais brasileiros. A expectativa dos empresários em relação à demanda para os próximos seis meses alcançou 52,4 pontos neste mês. É o índice mais baixo desde 2009, informa a Sondagem Industrial divulgada nesta sexta-feira, 16 de dezembro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Conforme a pesquisa, os índices de expectativas de compras de matérias-primas, número de empregados e exportação em dezembro também continuam abaixo de 50 pontos. Isso mostra que as previsões para os próximos seis meses são pessimistas. Os indicadores da Sondagem Industrial variam de zero a cem. Valores acima de 50 indicam otimismo e abaixo de 50, pessimismo.
“As expectativas dos empresários indicam que a indústria deve começar o próximo ano devagar”, afirma o economista da CNI Marcelo Souza de Azevedo. Ele observa que, apesar da redução registrada em novembro, os estoques continuam elevados, porque grande parte da demanda está sendo atendida por produtos estrangeiros.
Segundo a Sondagem Industrial, o indicador de estoque acima do planejado caiu para 52,8 pontos em novembro ante os 53,4 pontos de outubro. Depois de dois meses consecutivos de queda, a produção industrial ficou estável e alcançou 50,1 pontos em novembro. Os índices variam de zero a cem. Acima de 50 indicam evolução positiva.
O indicador de utilização da capacidade instalada em relação ao usual subiu de 43,9 pontos em outubro para 45,2 pontos em novembro. Mesmo assim, permanece abaixo dos 50 pontos, o que confirma o desaquecimento da atividade industrial. Outro indicador que continua abaixo dos 50 pontos é o de evolução do número de empregados, que ficou em 48,4 pontos em novembro.
A Sondagem Industrial de novembro foi feita entre 1º e 14 de dezembro com 1.717 empresas. Dessas, 932 são de pequeno porte, 538 são médias e 247 são grandes.
Poste seu comentário