O câncer de pulmão possui um dos maiores índices de mortalidade entre os vários tipos de cânceres justamente porque pode se desenvolver por anos antes que os sintomas apareçam. Quando é finalmente detectado, pode ser tarde demais. Um novo exame, que usa apenas o hálito do paciente, promete mudar esse quadro.
Criado pela empresa americana Metabolomx, o teste consegue identificar a doença por meio das partículas liberadas no ar exalado pelo paciente, e ainda pode diferenciar os subtipos do câncer e indicar em qual estágio ele se encontra. O estudo foi publicado no Journal of Thoracic Oncology, periódico oficial da Associação Internacional para o Estudo do Câncer do Pulmão.
“Não existe hoje meios viáveis financeiramente para a detecção precoce em larga escala do câncer de pulmão. Então, essa pesquisa é bastante promissora e pode vir a ajudar.
Mas ainda é preciso que algumas respostas sejam respondidas: o resultado poderá ter interferência de infecções pulmonares? Quanto vai custar e como será feita a análise de cada amostra?
Conduzido pela Clínica Cleveland, nos Estados Unidos, o estudo relatou uma precisão superior a 80% na detecção do câncer do pulmão e de cerca de 90% na distinção do tipo específico desse câncer — se é de pequenas células, adenocarcinoma ou de células escamosas. O teste apresentou ainda 79% de precisão na diferenciação entre os estágios 1 e 2 dos estágios 3 e 4, o que mostra uma capacidade para o diagnóstico precoce da doença.
De acordo com os pesquisadores, esse exame pode fornecer informações complementares aos testes já existentes hoje, como a tomografia computadorizada. Isso poderá ajudar os médicos a distinguir nódulos benignos de malignos. “Nossa pesquisa demonstrou que esse exame consegue fornecer informações que podem ajudar nas decisões sobre o tratamento, como o subtipo do câncer, seu estágio e o prognóstico”, diz Peter J. Mazzone, um dos autores do estudo.
Segundo o Insituto Nacional de Câncer (Inca), em 2012 haverá 27.329 novos casos de câncer de pulmão no Brasil. Ainda segundo o Inca, é o mais comum de todos os tumores malignos, e sua incidência mundial aumenta 2% por ano. Além disso, em 90% dos casos diagnosticados, está associado ao consumo de derivados de tabaco.
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