Cerca de 300 mil implantes PIP, que são usados em cirurgia cosmética para aumentar o tamanho das mamas ou para substituir tecido mamário, foram vendidos ao redor do mundo antes da falência da empresa no ano passado.

“Não é apenas a França que está preocupada. Estamos pensando em 300 mil a 400 mil vítimas em potencial no mundo”, disse Alexandra Blachere, líder de um grupo francês de pacientes com implantes PIP.

Ela afirmou que mulheres da Itália e da Espanha entraram em contato preocupadas com seus implantes e que observou relatos de problemas no Brasil, na Venezuela e em outros países.

A agência britânica que regulamenta o uso de produtos de saúde e de medicamentos (MHRA), no entanto, disse que não há motivo para que as pacientes se alarmem e afirmou que ainda não há evidência científica indicando um risco aumentado à saúde.

RISCOS

Autoridades da MHRA disseram ter conversado com outros especialistas em saúde e agências reguladoras da França, da Holanda, de Portugal, da Itália, da Irlanda, da Hungria, da Áustria, da Dinamarca e de Malta.

“Todos eles concordaram que não há evidências de qualquer aumento de incidentes de câncer associados aos implantes mamários PIP e nenhuma evidência de taxas desproporcionais de ruptura além das registradas na França”, informou a agência em um comunicado.

Fundada em 1991, a Poly Implant Prothese tinha sede no sul da França e durante um período foi a terceira maior fabricante de implantes do mundo, produzindo cerca de 100 mil por ano.

Cerca de 80 por cento da produção era para exportação. As autoridades sanitárias ao redor do mundo dizem que analisarão com cautela na sexta-feira os resultados de um inquérito do Instituto Nacional do Câncer da França sobre uma possível associação dos implantes com casos de câncer.

A França registrou oito casos de câncer em mulheres com implantes mamários fabricados pela PIP, que é acusada de utilizar silicone de grau industrial, normalmente usado em computadores e utensílios de cozinha.(Folha)

 

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