O grande jornalista, escritor e caricaturista brasileiro Millor Fernandes escreveu um musical com o título acima: “Liberdade, Liberdade”. No auge da repressão militar no país, o autor ousou discutir o conceito da palavra, a partir do seu texto e de outros, de artistas diversos.
Neste ano de 2010, está tudo trocado. Os que lutaram contra a opressão, os que estão fazendo o governo mais popular que este país já viveu, estão sendo acusados de forma avassaladora (como na música de Lenine) de querer suprimir a liberdade, de atentar contra a democracia, de tentar sufocar a imprensa.
Democratas, agora, são Índio da Costa, Rodrigo Maia, Antônio Carlos Magalhães Neto, Marco Maciel, José Agripino, Geraldo Alckmin e um José Serra que não tem nada a ver com aquele que foi presidente da UNE dos bons tempos.
Estão criando sofismas e tem gente boa embarcando na conversa. Porque Lula, o Governo e o PT não são puros, não batem com a utopia acalentada, estão imaginando que existem santos ou santas no terreno árido da política.
Marina Silva, que foi do PT 30 anos, que foi ministra de Lula os dois governos, de repente representa a melhor a alternativa de poder. É a Joana Darc do século XXI, reencarnada (espiritismo está na moda entre nós) no Brasil.
Os golpistas, as viúvas de 64 estão adorando Marina, que pode ajudaram o antes desesperado Serra a disputar o 2º turno.

E falam em Liberdade, Liberdade.
Ora, a liberdade foi conquistada por Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Franco Montoro, Mário Covas,  Paulo Brossard, Marcos Freire, Teônio Vilela, Cristina Tavares, Roberto Freire, Jarbas Vasconcelos, Luiz Inácio da Silva, trabalhadores, estudantes, intelectuais. Muitos até morreram na luta por esse bem,  tão importante quanto respirar.
Nós temos liberdade. Desde 1984 que ela vem sendo semeada. Mesmo nos governos de Sarney e Collor; com Itamar, Fernando Henrique, na gestão de Lula… Todos esses dirigentes tiveram de jogar de acordo com as regras do regime democrático. Não existe nenhum clima de atentado às liberdades. Quem conhece a história do país e os atores atuais sabe disso.
Estamos convivendo diariamente com sofismas, malandragem até para dividir setores que poderiam estar unidos em torno das conquistas já alcançadas.
A Liberdade desses senhores (os Frias, os Marinho, os Mesquitas…) tal qual a dos donos do engenho do passado, é a liberdade de omitir, mentir, distorcer, agredir… Eles podem mais! E quando alguém se levanta contra eles, escancara a verdade, está atentando contra a democracia, a imprensa, a liberdade.
Na época da ditadura era fácil distinguir cada figura. Hoje é mais difícil, está tudo misturado. E quem procura santos ou santas, salvadores da pátria, heróis que não sejam de carne e osso, consolo para suas frustrações, respostas desconhecendo a história política nacional, embarca fácil nas espertezas da direita inteligente.
Deus queira que em nome da liberdade não a ameacem. Não façam como certos fanáticos, capazes de tudo em nome do Deus citado agora, que são capazes até de matar invocando o nome do Senhor.
Muitos devem dar um jeito de ver de novo, ou ler (basta procurar na internet) o discurso de Chaplin em O Grande Ditador. Ali se fala com precisão sobre Liberdade.

A Mossoró de hoje comemora 128 Anos de libertação dos seus escravos, é uma cidade do futuro e onde a Cidadania chega a todos os quadrantes do munícipio. Mossoró terra de liberdade que não se deixará se dobrar por imposições. Terra da Liberdade !! Viva Mossoró…128 de liberdade.