A eleição de Dilma Rousseff para a Presidência da República começa a despertar, em algumas pessoas, um sentimento perigoso que não pode (nem deve) ganhar a dimensão que está ganhando. A celeuma tem uma protagonista: a estudante de Direito, Mayara Petruso.

No seu twitter – @mayarapetruso – ela postou a seguinte frase: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: Mate um nordestino afogado”. Diante da repercussão negativa, ela acabou deletando seu perfil na rede social. Mas já era tarde. A repercussão foi extremamente negativa. E não poderia ser diferente.

Já é inadmissível a qualquer brasileiro alimentar sentimentos xenófobos num País que é o resultado da soma de raças e credos. O que dizer, então, de uma futura advogada, como é o caso dessa estudante? Pobre Mayara.

Talvez essa coitada alienada não tenha percebido, ainda, que não foi apenas no Nordeste que Dilma venceu o candidato dela. Apenas por estes rincões do País é que a vitória da petista foi de ‘lavada’. Mas no Sudeste Dilma também teve um grande desempenho, superando o tucano. Somente no Sul ele conseguiu vencer Dilma.

E tem mais: para a pobre Mayara questionar o voto dos nordestinos, ela deveria olhar primeiro para os conterrâneos dela, que fizeram de um comediante circense o mais votado de São Paulo para a Câmara de Deputados, com mais de R$ 1,5 milhão de votos. O comediante em questão é Tiririca. O detalhe em questão é que provavelmente seja analfabeto, o que fere a Carta Magna do País.

A infeliz frase de Mayara traz à baila a realidade de dois Brasis, resquícios de um desenvolvimento desigual que perdurou por muito tempo e que felizmente já não existem mais. Falta, agora, a mudança de mentalidade. Provavelmente isso leve algum tempo, mas a reação anti-xenófoba contra a pobre estudante alienada mostrou como as coisas estão no caminho certo. Esse mal precisa ser cortado pela raiz e caberá somente aos brasileiros – independente da região onde morem – cuidar disso. E já estão cuidando.

O nosso amigo Clistenes Carlos também foi destaque no Portal Terra exatamente por fazer o contrário dela, ou  seja somos Orgulhosos de ser Nordestinos, pobre do Brasil se não fosse o sangue e suor dos Nordestinos que foram obrigados muitas vezes a migrar para outros lugares para sobreviver, apesar do abandono dos governos ao longo do tempo. O Nordeste merece Respeito. O Brasil começou no Nordeste.

Fonte: Antonio Carlos Miranda