O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse ontem (4) que o salário-mínimo deverá ser reajustado em 2011 para um valor entre R$ 560 e R$ 570. “Dificilmente ficará menos do que isso”, afirmou após participar de uma homenagem ao ex-presidente Getúlio Vargas, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do Estado de São Paulo.

Representantes de centrais sindicais sugeriram ontem (4) ao relator do Orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF) que o mínimo seja elevado para R$ 580 no ano que vem. A proposta faz parte das negociações com o governo federal e a presidenta eleita, Dilma Rousseff, para um aumento maior que os R$ 540 previstos no relatório da proposta orçamentária.

Segundo Lupi, a definição do valor do reajuste depende de estudos técnicos para avaliação de sua viabilidade. “Nós vamos ver agora com as contas da Fazenda e da Previdência o limite máximo que podemos dar”, disse.

Na opinião do ministro, a presidente eleita tenderá pelo maior valor possível, mas levará em conta o equilíbrio das contas públicas. “Ela [Dilma Rousseff] vai ficar mais próximo daquilo que for o máximo que for possível dar sem comprometer as contas do governo federal”, afirmou.

No entanto, os efeitos positivos de um aumento no salário mínimo tendem, de acordo com Lupi, a compensar o crescimento dos gastos. “Quando você aumenta o salário-mínimo aumentam os impostos, porque tudo é decorrente do salário-mínimo”, explicou.

O ministro ironizou a proposta da oposição de elevar o mínimo para R$ 600, como defendido durante a campanha pelo então candidato José Serra (PSDB). “Pena que eles só tiveram essa visão mais social agora”, disse.