Os telegramas falam sobre a suposta relutância do Vaticano em ajudar investigadores irlandeses nas apurações sobre abusos sexuais cometidos por padres católicos no país. Também falam do papel diplomático da Santa Sé, que supostamente ajudou a mediar a libertação de marinheiros britânicos detidos no Irã.Em comunicado, o Vaticano disse que o teor dos telegramas deve ser avaliado com prudência e reflete somente a percepção de diplomatas estrangeiros, e não as políticas da Santa Sé.


O Vaticano expressou “preocupação” neste sábado por conta da divulgação pelo WikiLeaks de documentos confidenciais da diplomacia americana, após virem à tona telegramas que mencionam a Santa Sé.

Os telegramas foram publicados no jornal britânico Guardian. Um deles diz que o papa Bento XVI, quando cardeal, em 2004, fez lobby contra a entrada da Turquia (de maioria muçulmana) na União Europeia e tentou – sem sucesso – assegurar que a Constituição da UE fizesse referência às “raízes cristãs” da Europa.

Outra leva de documentos revela críticas de 2001 de diplomatas americanos ao papel “inútil” do Vaticano no processo de paz do Oriente Médio e sugere que o Vaticano fez oposição ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, por conta da deterioração da importância da Igreja no país.

Segundo outro telegrama de 2009, o embaixador britânico no Vaticano relatava ao seu colega dos Estados Unidos que as relações entre as igrejas Anglicana e Católica enfrentavam sua maior crise em 150 anos.

Isso ocorreu pouco depois de Bento XVI, convidar sacerdotes anglicanos dissidentes para que se convertessem ao catolicismo.